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O ensino/aprendizagem do Português entre matrizes idiomáticas e xenotrofia léxica

Resumo – Uma língua de civilização, e evidentemente a metodologia do seu ensino/aprendizagem, têm de acompanhar as conquistas do progresso. Isso só será possível mediante uma contínua actualização terminológica, a qual deve processar-se através das matrizes do idioma e das aquisições lexicais externas. Embora aquelas gozem de primazia, em muitos casos torna-se necessário o recurso xenotrófico. Nisto devem interessar-se as Academias e outros organismos, sob a égide do Instituto Internacional da Língua Portuguesa.

Se Cândido de Figueiredo fosse vivo e passasse os olhos pela epígrafe acima, estou convencido de que a aplaudiria, não sem ajuntar talvez algumas recomendações e cautelas da sua própria experiência. De facto e sem necessidade de apoio em qualquer estrutura simbólica de Gilbert Durand, eis como eu o imagino num tal encontro: exteriormente satisfeito não só pelo muito que labutou em prol da riqueza do nosso léxico e da pureza da língua, como outrossim por verificar que outros congregam esforços em objectivo idêntico; interiormente, porém, disfarçando um certo pesar, que poderá interpretar-se aqui em modo de advertência e conselho, ao recordar-se de opiniões, nem sempre felizes, que emitiu em seus "consultórios linguísticos" de há largos anos a respeito de aquisições ou normalizações vocabulares; para finalmente, já um tanto desinibido pela consciência de que ninguém acerta tudo, recusar em grande parte a minha aventada desculpa a apontar para "a resistência à teoria", sugerida em um título de Paul de Man, e me retorquir com novo título de Pierre Bourdieu a propósito do "homo academicus" que se orgulhava de ser.

A resistência às teorizações, obviamente da parte dos falantes de uma língua, acontece, por reacção natural defensiva, quando aquelas, em anseios de logicismo sistematizador, se alheiam das necessidades e dos usos, bem como dos meios de os satisfazer, todos eles, muito embora diversificando-se em político-económicos, financeiros, técnico-científicos, pedagógicos, naturais ou culturais, necessitando sempre de ser linguísticos na imprescindível mediação apropriante do "homo faber" ou do "homo sapiens". Exemplo eloquente da antiguidade lê-se em Estrabão, que nos Prolegómenos" da sua Geografia rejeitou a divisão das zonas terrestres proposta por Posidónio, mais astronómica que geodésica, tachando-a de praticamente inadequada ao mundo conhecido: em vez de basear-se nos climas, nocionalmente concretizados em zonas tórrida, temperada e glacial, decidiu-se pelo termo sombra – skiá em grego – donde tirou anfiscianos, isto é, com sombra para os dois lados, heteroscianos ou só para um lado, e periscianos ou com sombra rodando em volta inteira, as gentes polares. Posidónio ficou na história, mas a sua teoria, algo nefelibata, não substituiu a estrabónica (Aujac, 1966), mais simples conquanto de menos rigor.

Quanto ao "homo academicus", há a carga de uma tradição que, em detrimento de outros relevantíssimos, avultou traços de invariância panúrgica, perspectivação acanhada, eruditismo estreme, cerebração apriorizante, corporizados de certo modo nos homens-aranha de Francisco Bacon. Espécie hoje rara, se é que a algum destes vincos não escapou totalmente Cândido de Figueiredo, de igual forma cada um de nós poderá não escapar no tratamento de temas pelos quais ele lutou, com excelente saber e a melhor das intenções, durante cerca de cinquenta anos.

A vida da linguagem, seja em concepção organicista ou não, tem bastante paralelismo com a vida das pessoas: uma dieta demasiado insípida ou mono-sápida acaba por enjoar e enfezar a estas, tal como o purismo vernacular estrito faz àquela; não obstante isso, também é evidente que uma culinária heteróclita sem adequação nem medida, de alimentos ou de terminologias, resultará para ambas essas vidas em desfecho análogo. Por outras palavras, lutar unicamente pela posse de uma trincheira cujo objectivo não seja o de atravessar a terra de ninguém a fim de contactar com o adversário, na expectativa de um entendimento de equilíbrio, parece-me inglório e fruste, se não deveras pretensioso, num mundo das técnicas espaciais, das ciências nucleares, da biogenética, das conquistas da electrónica, iluminado pela galáxia de Marconi.

A história atesta-nos que, tal como as raças humanas puras são muito facilmente seleccionáveis no habitat de estufa ou de reserva das imaginações aquecidas, assim as línguas naturais quando forcejam por remorçar-se dentro apenas do âmbito supersticioso das suas próprias matrizes. Isto já a Unamuno provocava fortes engulhos quanto ao castelhano, bem patentes nas páginas de En torno al casticismo ou naqueloutras, não menos duras, em que, por igual motivo, chega a advogar o desaparecimento da madrilena Real Academia de la Lengua, sem dúvida urna pretensão algo quixotesca.

A epígrafe deste trabalho, porquanto ao escolhê-la isso mesmo intentei, demarca muito singelamente o que na realidade se me afigura ser o campo dialéctico das cunhagens terminológicas, remontem elas a iniciativas individuais ou a grupos operacionais adrede arregimentados. Com efeito, a torcida contínua e vociferante pelas matrizes idiomáticas gera, como nos estádios desportivos, a reacção contrária que, se não convence, quase sempre vence mesmo. Quem não se recorda (Figueiredo, 1906) das propostas, de linhagem vernacularmente impecável, de palavras como

pára-fogo, guarda-fogo ou guarda-lume

telheiro ou alpendrada

dispensatório

adega ou frasqueira

ludâmbulo

convescote

picatoste

bagageira

caldeirada

e até o trapear, tão camiliano,

em vez de

em vez de

em vez de

em vez de

em vez de

em vez de

em vez de

em vez de

em vez de

em vez de

ecrã;

hangar;

dispensário;

cave;

turista;

piquenique;

croquete;

furgão;

maionese;

drapejar?

No outro limite do campo, na outra trincheira pulula a xenotrofia lexical com a zebradíssima multidão de estrangeirismos, de siglomanias, de acronímias, que sem estatuto de cidadania vão transpondo larvarmente as pontes levadiças da ignorância, da peraltice, da jactância ou da necessidade. Mas à vigilância organicamente operacional de Paris e Quebeque contra o franglês, objectivada em organismos de pesquisa acentuadamente treinados como a AFNOR, a AFTERM, o CILF, o CEDOCAR, a AUPELF, ou à de Bona através da LEXIS do Bundessprachenamt e da TEAM da Siemens, ou à de Caracas e nações ibero-arnericanas com a RIT para não citar outros países, a verdade é que a nível institucional, salvo o JNICT, o ILTEC, a CNALP, o ICALP, a TERMIP, bem lançados mas desde há pouco, e alguns centros integrados ou não no EURODICAUTOM, nós nos encontramos organicamente desarmados perante a invasão abastardante do portinglês e do frantuguês a que urge pôr cobro, e não somente a nível de terminologia informática, mas também da científica e técnica em geral (Termnet, 1983).

Língua moderna de civilização transcontinental antes de outras europeias que se lhe aventuraram na peugada, cedo enriquecida de vocábulos dos mais longínquos povos, o português sabe o caminho da sua real pervivência: o de uma integração neológica que, sem lhe secundarizar a ascendência latina, a espaços helenicamente enobrecida, aceite outrossim os contributos de diferentes ascendências, desde que, inseridos na nossa identidade, ostentem um ar de família. Tolerados condicionalmente os empréstimos como tais, de eficácia internacional óbvia, pesquisadas as vias idiomáticas de composição e derivação mórficas ou de aprovisionamento semântico em formas já existentes, a neologização xenotrófica deverá manter-se numa atitude média de relativa flutuação, recordada das lições do passado. Assim, enquanto futebol e maionese reproduziram a fonética de origem, igual não sucedeu em clube, icebergue, croquete, envelope, trenó; nem quanto a homologias prosódicas em pudim, hangar, democrata; e o vezo da correspondência léxica gorou-se em, por exemplo, garden-party, abortada em guarda-parte de infeliz memória e base sémica escamoteada apontando para ambiguidades.

Na "Conversação Preliminar" ao Novo Diccionario da Lingua Portuguesa escreveu Cândido de Figueiredo que "pela formação e difusão da moderna technologia scientifica, artistica, industrial, pela permutação internacional de muitas familias, pela febre do neologismo e pela necessidade de dar nome a coisas e factos que nossos avós desconheceram" (1913), afinal se viu obrigado a numerosas entradas lexicais, de tal grau que "um purista de há quatro ou cinco séculos devia sentir ondas de indignação", até que acabasse por compreender que não se pode ser neologófobo incontroladamente, porque "a lingua andou e os diccionarios pararam". Fernão de Oliveira (1988) com razão adoptou o mesmo ponto de vista em 1536, na sua Gramática da Linguagem Portuguesa. Reportando-se aos estrangeirismos observou: "as dições alheas são aquellas que doutras linguas trazemos a nossa por algüa necessidade de costume, trato, arte, ou cousa algúa novamente trazida a terra; o costume novo traz a terra novos vocabulos". Com respeito à neologia, tem estas palavras judiciosas: "as dições novas são aquellas que novamente ou de todo fingimos ou em parte achamos [...]; nos ja agora para fazer vocabulos de todo assi como digo não temos mui franca licença, mas porem se achassemos hüa cousa nova em nossa terra bem lhe podiamos dar nome novo, buscando e fingindo voz nova". Ambos compreenderam que, sem deixar de ser "érgon", uma língua é sobretudo "enérgeia".

Em 1971, um inquérito (Saint-Denis, 1971) abria a revista francesa L'Education sob este título: "Quel français demain?" Permitindo-me parafraseá-lo, pergunto: Qual português queremos nós num hoje-amanhã aberto ao mundo da Lusofonia beirando muito perto os 200 milhões de pessoas? Trocarei a resposta directa por uma alusão cultural.

Possuíam os gregos, para designar a sua língua, os termos glôssa e logos (Lamaison, 1987), e em certo sentido idíôma. Glossa era a língua que eles falavam; logos era a língua que lhes falava a eles; idíôma seria o acervo de peculiaridades da glôssa e do logos. Ora o português que falamos e que os lusófonos falam encontra-se gravemente adulterado por exotismos múltiplos boiando à tona das conversas, dos lugares de reunião, dos livros e dos outros meios de comunicação social, parecendo ao observador anódino que se privilegia de preferência a sua expansão, em detrimento afinal da legítima estrutura. E que a língua que nos fala a nós não é esta, mas outra quase milenar na sua diversidade idêntica e identidade diversa. E embora ambas as acepções, a de glôssa e a de logos, sejam idíôma, é na língua como logos que esta propriedade mais ressalta como identificadora da sua mesma entidade e unidade diassistemática única, portadora de uma cultura e mundividência que determinados esquemas fonético-morfológicos, sintácticos e léxico-semânticos se habituaram a captar e a exprimir.

Claro que ninguém deseja travar o avanço da língua-glôssa nos espaços da Lusofonia; mas torna-se um imperativo inadiável a inserção, naquela, da língua-logos estruturante e normalizadora. Num tempo de multinacionais de rendimento optimizado e omnipresente, nós já estamos de posse da multinacional linguística possibilitadora de rendimento similar – o Instituto Internacional da Língua Portuguesa. Faltam, porém, os executivos nacionais, sem desdém para Academias e outras Comissões pertinentes; faltam igualmente os instrumentos básicos, falta a coordenação vinda de cima, falta ainda quase tudo, sem embargo de empreendimentos apreciáveis cujo teor não me é de todo estranho a nível de Gabinetes ministeriais, de Centros de Linguística ou Departamentos universitários interessados nesta problemática, para alguns dos quais até já colaborei. No entanto, não deixo de sentir que importa revigorar e multiplicar vontades perante uma situação ainda bastante desarticulada e desprovida de instrumentos norteadores, sobretudo de índole global.

Onde de facto lobrigar, por agora, uma revista como La Banque des Mots do CILF, o Conselho Internacional da Língua Francesa, ou como aquela espécie de organigrama geral terminológico sistematizador, designada Macrothesaurus des Sciences et des Techniques do CILF e do BNIST, este o Centro Nacional de Informação Científica e Técnica? Onde os glossários de terminologia específica de determinados ramos do saber, desde os de artesanato até aos de mais alto nível, correctamente actualizados, simplesmente iniciados ou em programação? E para quando o Vocabulário da Língua Portuguesa do Prof. Rebelo Gonçalves, em edição lexicalmente refundida a preceito? E demorará ainda muito uma Revista Lusófona de Terminologias, a fim de que os trabalhos já realizados ou em vias disso não continuem fechados a sete chaves, sem qualquer proveito para docentes e tradutores cujo labor não decorra dentro das altas instâncias da CEE ou dos gabinetes dos negócios políticos económicos? Publicação que aparecesse deste género seria como que outra Termnet News a manter Portugal, o Brasil e os PALOP em contacto e actualização permanentes, acabando com secretismos socialmente improdutivos e até repetições pelo menos ociosas.

Estas interrogações estão longe de pretender revestir-se de qualquer acento tremendista, como acontece em trechos de La Colmena de Camilo José Cela. Se é verdade que no café de uma nova Dona Rosa não se cruzam ou reúnem três centenas e meia de personagens em aturadas discussões e encontros de intuitos e projectos terminológicos, isso não significa a inexistência de estudiosos e pesquisadores nestes domínios, que oxalá próximas dissertações de mestrado e de doutoramento, eventualmente sob a ajuda de um mecenato que alivie financeiramente os candidatos e as instituições, chamem também a si e impulsionem.

De resto, ao perguntar acima pelos glossários específicos de determinados ramos do saber, e porque não dos modos de ser ou de actuar, cometeria grave injustiça quem pretendesse desta feita insinuar a necessidade de um arranque a partir da estaca zero, ignorando propositadamente iniciativas dignas de todo o encómio. Sem mais pormenores, bastará citar, a modos de exemplo, as dissertações de Licenciatura levadas a efeito na Universidade de Coimbra, sob a orientação do Prof. Manuel de Paiva Boléo, desde há várias décadas, a respeito do léxico corticeiro, das designações para a embriaguez, do vocabulário relacionado com o cesto, a dobadoira, os pescadores e lavradores de certas regiões, os salineiros, os sistemas de debulha, etc. Tais pesquisas não somente aproveitam pela riqueza de formas com que nos brindam, mas também como meios de se obviar, quanto possível, à introdução intempestiva de terminologias bastardas. Aberto porém o caminho, é indispensável prosseguir a jornada.

Têm a palavra as Faculdades, os Institutos, as próprias Empresas. Esforços isolados não bastam. Organização – precisa-se, acção – urge desencadear-se bem alicerçada em motivações, que podem ser as quatro conglobadas por Max Weber (Berlinck, 1963), a saber: a tradicional ou da história, a afectiva ou do coração, a wertrational ou da consciência dos valores em jogo, e a sweckrational ou dos fins em vista, de si nobilíssimos. Com efeito, o resultado será aquele pelo qual começamos já em cuidados, isto é, a verdadeira mundialização da Língua Portuguesa, adentro dos limites da Lusofonia ou para além deles e sem qualquer degenerescência, sempre actual e lídima, sempre outra e sempre a mesma, ela que, como em A fala que Deus nos deu António Correia de Oliveira inspiradamente cantou, desde

"Fontezinha em D. Dinis",

veio a tomar-se, por fadários de aventura e cristandade,

"Em Camões – represa e açude –

Tejo que foi aonde quis".

Mas porque há sido ainda, na evocação das Redondilhas do mesmo Poeta, "rouxinol em Bernardim" e "grito de águia n'Os Lusíadas", também de igual forma, cada vez mais remoçada com as inter-ajudas criadoras da Comunidade dialogante por sobre as fronteiras da soberania, teve o condão de tomar-se, como superiormente o proclamou o Senhor Presidente Mário Soares na histórica saudação, em fins de 1989, à Academia Brasileira de Letras, "uma pátria de muitas pátrias", enfim uma "língua de afecto e de liberdade".


REFERÊNCIAS

Aujac, G. (1966), Strabon et la sciênce de son temps, Paris, Belles Lettres, p. 150 ss.

Berlinck, Manoel, T. (1968), "Notícia sobre Max Weber", Max Weber, Ciência e Política, São Paulo, Editora Cultrix, p. 11.

Figueiredo, C. (1906), Os Estrangeirismos, 2ª ed., Lisboa, Livraria Clássica Editora, passim.

Figueiredo, C. (1913), "Conversação Preliminar", Novo Diccionario da Lingua Portuguesa, 2ª ed., Lisboa, Livraria Clássica Editora, pp. V-IX.

Lamaison, D. (1987), "Discours sur l'universalité de la Francofonie: la langue française et le monde rnoderne", Bulletin Guillaume Budé, Paris, Belles Lettres, pp. 372-394.

Oliveira, F. (1988), Gramática da Língua Portuguesa, reprod. fac-simil. da ed. de 1536, Lisboa, INCM, caps. XXXII e XXXVII.

Saint-Denis, E. (1971), "Parlons français", Bulletin Guillaunw Budé, Paris, Belles Lettres, pp. 197-201.

Termnet News (1988), revista da International Information Center for Terminolog (INFOTERM), de Viena, número especial sobre os países ibero-americanos. Da p. 113 a 21 pode aí ver-se também um projecto concernente levado a cabo, em 1986-87, no Centro de Informática da Universidade do Minho, sob a orientação de Altamiro Machado e L. da Costa Lima.


L'enseignement/apprentissage du portugais entre Matrices idiomatiques et xénotrophie lexicale

Résumé – Une langue de civilisation et, évidemment, la méthodologie de son enseignement/apprentissage doit accompagner les conquêtes du progrès. Mais cela ne sera possible que moyennant une continuelle actualisation terminologique, qui doit se développer à travers les racines de l'idiome et les acquisitions lexicales externes. Quoique les sources linguistiques aient Ia primauté, dans bien des cas le recours xénotrophique devient nécessaire. Visant ce but, les Académies et d'autres organismes doivent s'y mettre, sous l'égide de l'Institut International de la Langue Portugaise.

The teaching/learning of portuguese between Idiomatic matrix and lexical xenotrophia

Abstract – A civilized language (and also the method of its being taught/learnt) must accompany the conquests of progress. This is only possible by means of a continual terminological actualization, which must be processed through the matrix of the idiom and the external lexical acquisitions. Although the native matrix holds the primary position, however, in many cases, it is necessary to have recourse to foreign sources. Under the aegis of the International Institute of the Portuguese Language, the Academies and other organizations must begin to take an interest in this process.

Amadeu Torres, texto publicado na Revista Portuguesa de Educação, nº3 (3), 1990, I. E. – Universidade do Minho, pp. 19-25.

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