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Notas de apresentação


Fluviais de José Leon Machado

«As vidas são como rios que nascem na montanha, percorrem o espaço e o tempo entre duas margens e terminam no grande mar que tudo dissolve em água salgada. Cada personagem deste livro traz em si um rio. As águas do seu caudal transportam o amor irrecuperável da adolescência, a recordação do paraíso perdido, a loucura, a solidão e o abandono, a doença e a morte, o ódio e a vingança, a violência, a mentira, a alegria, o perdão e a bondade. Gente simples, são rios de pouca água, em vias de extinção como todos os rios do mundo. Quando o olhar se perde na folhagem dos salgueiros de uma margem, poderá entrever um corpo nu de mulher salpicado de raios de sol.» (Da contracapa)

José Leon Machado, Fluviais, Porto, Campo das Letras, 2001. Colecção "Campo da Literatura" (Ficção).


Por Detrás dos Lápis de Tomás Sánchez Santiago

«O tédio e a melancolia são as duas inclemências que me assaltaram com mais sanha neste exercício que é ler para trás, pronunciar ao vazio o que alguém escreveu. Nunca tinha ensaiado a peculiar resistência das palavras perante uma leitura retrospectiva cujo último objectivo fosse essa extirpação insólita que é toda a antologia (onde irão as palavras que não entram na medida de uma antologia?). Uma vez removida, a obra poética volta a tomar cor e pressão. Outra cor e outra pressão, agora. E já não há confirmações onde se esperava que as houvesse nem incerteza onde a supuséramos. A delicada soberania da leitura impõe sempre imprevistos.» (Da introdução)

Tomás Sánchez Santiago, Por Detrás dos Lápis, Lisboa, Edições F., 2001. Tradução do castelhano de Inês Andrade (Poesia)


Eles Eram Muitos Cavalos de Luiz Ruffato

Nos seus dois livros anteriores, Histórias de Remorsos e Rancores, e (Os Sobreviventes, Luiz Ruffato (escritor e jornalista brasileiro) falou da gente pobre e sofrida da mineira Cataguases. Neste Eles Eram Muitos Cavalos, o seu primeiro romance, retrata um dia nas vidas de São Paulo. Histórias de uma gente simples, que ninguém sabe o nome, a pelagem, a origem. Muda a paisagem mas o foco continua sendo o homem comum, sem vocação para herói, calejado na arte de levar a vida num mundo sem paixão. (Adaptado da contracapa.)

Luiz Ruffato, Eles Eram Muitos Cavalos, São Paulo, Boitempo Editorial, 2001 (ficção).


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