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Notas de apresentação


Cruzeiro do Sul de Deana Barroqueiro

Cruzeiro do Sul, uma nova colecção de romances históricos/de aventuras de Deana Barroqueiro

Estas obras, cuja trama se desenrola durante o descobrimento do Brasil e a viagem de Bartolomeu Dias, têm a originalidade de recriar com veracidade os ambientes históricos, articulando-os de forma harmoniosa com as aventuras ficcionadas que neles são inseridas.

Escritas num estilo vivo e fluente, combinam de forma feliz a linguagem actual e a linguagem arcaizante bebida nas fontes de que a Autora se serviu, transportando facilmente o leitor para o lugar e o tempo da acção/aventura. (Dr. José Manuel Garcia – consultor de História da  Fundação Gulbenkian).

Uraçá e O Cometa são os dois primeiros romances de Deana Barroqueiro, de uma nova colecção – Cruzeiro do Sul – lançada pela Editora Livros Horizonte, de romances históricos/de aventuras, cujos heróis são os Navegadores e Descobridores Portugueses que levaram a cabo viagens impossíveis e aventuras mais assombrosas do que as de Indiana Jones ou Skywalker, tendo ultrapassado a sua dimensão humana, pelo espírito de aventura, sacrifício, coragem e busca de um sonho.

Assim, em “Uraçá”, para escapar a uma morte certa, Gonçalo parte na nau de Pedro Álvares Cabral, sofrendo os maiores perigos e provações para viver uma espantosa aventura entre os índios das Terras de Vera Cruz.

Em “O Cometa”, depois da saída do Brasil, uma das personagens do romance “Uraçá”, Bartolomeu Dias, prestes a dobrar o Cabo da Boa Esperança, recorda a sua viagem de descoberta e travessia  do terrível Cabo das Tormentas, a sua relação com as quatro mulheres negras que devia largar nas terras desconhecidas, para colherem informações, as suas lutas com os antropófagos Anziku do Congo e a sua trágica história de amor.

Deana Barroqueiro Pires Ribeiro, nascida nos Estados Unidos da América, em 1945, e professora de Português do ensino secundário numa escola de Lisboa, desenvolveu, ao longo da sua carreira, inúmeros projectos de teatro e escrita criativa, tendo publicado com os seus alunos e a professora de Artes, Lídia Lobo Martins, duas obras dramáticas e duas colectâneas de contos, com o Grupo de Trabalho do ME para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses, o Instituto de Inovação Educacional e a Câmara Municipal de Lisboa. Foi este trabalho com os jovens autores, assim como a sua paixão pela Cultura e Língua do seu país, que considera das mais ricas do Mundo (por vezes, tão desprezadas e maltratadas pela sua gente) que levou Deana Barroqueiro a escrever romances de aventuras com heróis portugueses do tempo dos Descobrimentos, quando atravessar o Tejo para chegar à outra banda era uma odisseia onde se podia perder a vida ou ser apanhado por piratas.

Respeitando os dados históricos conhecidos e os ambientes e lugares por eles frequentados (para os quais faz uma séria e cuidadosa pesquisa nas crónicas do tempo) dá largas à imaginação e coloca os heróis em situações extraordinárias mas possíveis, procurando um discurso próximo do ponto de vista de um aventureiro desta época, confrontado com mundos que lhe eram completamente estranhos, senão opostos e os deslumbravam ou escandalizavam.

Os romances são simultaneamente livros históricos e de aventuras, mas também de viagens, pois, ao lê-los, fica-se a conhecer não só as etnias, os trajos e os costumes dos povos encontrados, como a geografia dos lugares, a sua fauna e flora, descritos em grande pormenor, embora como enquadramento das acções dos seus heróis, fornecendo assim um manancial de informações sobre os vários continentes visitados pelos portugueses durante o período dos Descobrimentos.

Os romances de Deana Barroqueiro não se destinam a um público muito juvenil, mas a jovens adultos, de preferência do ensino secundário e universitário (e adultos com espírito ainda jovem!), pois, ao retratar os lugares do Mundo por onde as suas personagens passaram ou viveram, a autora procurou recriar a atmosfera do tempo e a cor local, tais como eram vistas e descritas nos Séculos XV e XVI, sendo algumas passagens bastante cruas e violentas, requerendo já alguma maturidade do leitor.

Os próximos romances – Um Homem das Arábias e O Espião do Malabar – têm por herói Pêro da Covilhã, um espião e aventureiro ao serviço de D. João II, que percorre três continentes, viajando sozinho ou com companheiros de ocasião, nos barcos e caravanas do Oriente, lutando com feras e piratas, participando nos duelos do Grande Desafio de Bisnagá, para salvar as cativas dos corsários do Malabar e, finalmente, encontrando muito antes dos ingleses as Minas de Salomão ou da Rainha de Sabá, na sua busca da rota das especiarias e do Reino do Preste João. 

Deana Barroqueiro, O Cometa, Uma Aventura Impossível e Uraçá, o Índio Branco, Lisboa, Livros Horizonte, 2002. Coleccção "Cruzeiro do Sul" (ficção).


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