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Crónicas


Nueiba: Histórias Rudimentares



À Procura do El Dorado

(A Maldição de São Tiago II)

Contrabandistas em Vilarelho

Guerrilheiros no Cambedo

As chabalas vêm da Galiza

Os trabalhadores de Bustelo

Quadra popular

La Guerra Civil testava as armas de um novo conflito mundial, a demanda por volfrâmio aumentava; eram tempos escassos, duros, implacáveis, com opressão e miséria à mistura – o mal andava distribuído pelas aldeias – urgia, portanto, ir à procura de uma saída, fugir das condições de pobreza, acreditar, experimentar coisas novas, deixar para trás aquela situação degradante em que se encontravam.

A solução, não estando dentro do povoado, trazia a necessidade de vaguear por terras estranhas, havia que levantar-se e recomeçar cada dia com uma nova madrugada. De origens humildes, a gente mais modesta do povoado, era obrigada a abandonar o torrão natal, que na dificuldade nascia a virtude e a bravura.

 Só a incerteza do desconhecido os detinha. Finalmente, um assomo de fé e coragem: pé na estrada, arrancam, embarcando numa viagem sem retorno.

– Deus vos acompanhe até ao cabo das nossas terras! – era o último que ouviam dos conterrâneos, antes de voltarem as costas à aldeia que os viu nascer.

 E foi assim que a juventude de Bustelo aproveitara aquele impulso próprio da idade e encetava uma viagem autodesterrada, com lágrimas nos olhos, “até ao fim de Portugal” à procura de trabalho, novos horizontes, aventuras ... conhecimentos, levando num saco apenas a esperança para a Raia das Oportunidades, que o padre não parava de dizer maravilhas da terra donde procediam os seus antepassados.

– Aquilo é um novo El Dorado! – dizia o pároco. E a mocidade criava uma ideia exótica sobre o que iria encontrar, a atração era quase mágica. Sem espectativa de melhorarem a vida onde tinham nascido, a fama das Terras de São Tiago vinha mesmo a calhar, prontos, com otimismo às costas, a aumentarem uma lista tão longa quão variada daqueles que para lá foram. A maioria, bem-sucedida, por lá acabou por ficar; instalada definitivamente, constituiu a maior quota de forasteiros que compunha a população e as hostes do contrabando.

 Era com uma ética de trabalho digna de ser imitada que os jovens bustelenses apareciam em Vilarelho para “arranjar patrão, conseguir uma boa potra e à procura da liberdade, de uma vida mais espaçosa, nas noites do contrabando” que, infelizmente, estava em alta, graças à maldita guerra e ao sofrimento dos vizinhos. Para eles, a fronteira tinha-se transformado na sua galinha de ovos de ouro. Acabadinhos de chegar, iam diretos às listas legendárias do trelo, que, não sendo um ofício para santos, permitia pelo menos mostrar um espírito mais igualitário, um novo conceito de vida, que, aqui, ao contrário do que acontecia na sua terra natal, se sentiam capazes de almejarem o que lá nunca iriam conseguir.

Depois de vários pedidos, o padre tinha finalmente arranjado colocação, em casa de um primo, para o Manuel. Trazia apenas, como recomendação, um bilhete escrito num bolso, simplificado numa única frase:

Vais adorar este rapaz!

E foi assim que Manuel da Costa apareceu sem mais, senão a roupa do corpo, no bairro do Barreiro, um dos primeiros a desbravar caminho, abrindo desta forma as portas a um sem número de trabalhadores reputados, nas andanças pelas Terras de São Tiago, grande contributo de Bustelo para o desenvolvimento da aldeia raiana.

 -Vinde, vede, integrai-vos. Aprendei com os que estão à vossa volta, sereis uns deles, livres e respeitados – era geralmente a mensagem de boas vindas dos patrões.

Magros e abatidos, mais parecia que tinham vindo do fim do mundo para o fim de Portugal. Tímidos e inseguros ao princípio, bastava apenas um mês para, numa viragem de 180 graus, exorcizarem os fantasmas que os perseguiam. Com o passar do tempo, iam-se tornando cada vez mais fortes e atléticos, ficavam agradecidos com o que encontravam. Bem comidos, bem vestidos e uns trocos do contrabando nos bolsos, que mais poderiam almejar?! O tempo era, então, dividido entre o contrabando e a lavoura. Conseguiam trabalhar horas a fio sem descanso, mas eram também dos primeiros a chegar-se ao prato e à caneca, quando o almoço aparecia, nas intermitências do cansaço.

– Isto, sim, é que é vida! – diziam uns para os outros quando se cruzavam pelos campos.

Cavalgavam os cavalos e os machos com a destreza dos antigos ginetes mouriscos dos Campos de Calvelos, empoleiravam-se em cima dos carros do centeio, saltavam com estilo para cima das medas e nas malhadas preferiam dormir ao relento, nas eiras, para guardar o grão, escutar o mocho e à espera, quem sabe, de alguma rapariga, tresmalhada do rebanho. Era gente de quem se gostava.

Depois do Manuel, a lista engrossou, e de que maneira, com novos residentes, que se enraizaram na terra, tão bem representados, entre outros, por estes, dessa longa lista: o Inácio da Piedade, o Lavouras, o Roqueiro, o Tito Lívio, o Balizas, o Maganão ... e que culminou com o aparecimento do Zé da Georgete e do João da Lina. Este, O Último dos Mohicanos, ainda no ativo, apesar da idade, continua a ser a pessoa que mais trabalha no povoado, o seu grande desejo, que os bustelenses nunca foram reconhecidos condignamente pelas suas contribuições à aldeia adotiva que amaram tanto como àquela que os viu nascer.

Aqueles olhos famintos, enigmáticos, acabados de chegar, ficavam impressionados com a exuberância do povoado mais internacionalista das redondezas, no sentido rural da palavra e da variedade da sua vida.

A aldeia parecia-lhes uma entidade com caraterísticas próprias, diferente de todas aquelas que conheciam. Para além de estar rodeado de povoações galegas, de uma forma peculiar, era diferente das outras pela diversidade da sua população. Mas aos bustelenses, admirados por uma produtividade elogiada por todos, forjada numa vida dura, faltava-lhes, todavia, entender as idiossincrasias que os rodeavam, pois ainda não se tinham apercebido da verdadeira dimensão de um choque cultural que os esperava, eles que até então nada lhes diziam os diferentes linguajares:

  -Aqui é outro mundo, ouvem-se todas as línguas! – diziam admirados.

Ainda meio confusos ante aquele multiculturalismo, sem esconderem a surpresa daquilo que iam encontrando, lá se iam habituando, com o apoio precioso dos seus conterrâneos bustelenses, que agora se sentiam mais irmanados, com compaixão e solidariedade, obrigados a ampararem-se uns aos outros, os recebiam e os ajudavam no que fosse necessário. Começavam lentamente a tomar consciência da transformação cultural a que iriam ser sujeitos. Tinham que adaptar-se rapidamente a novas condições de vida, a encaixarem-se entre os do povoado, a abrirem-se a diferentes costumes, línguas e culturas.

A primeira surpresa era ouvirem falar galego por aqueles que tinham cruzado a fronteira, castelhano pelos regressados de Cuba e da América do Sul, gente alegre e extrovertida: o Albino Tautarau, o Las Quieres, o João Vilela, o Francisco Pires, o Zé Carpinteiro e, entre outros, o Farote, este um inventor prodigioso de peças teatrais para o Entrudo.

E aqui e ali até catalão e um outro idioma de que “não percebiam patavina”, cujo nome ignoravam, o euskera, falado entre os familiares dos agentes que se tinham assumido a favor de La República e se escondiam no povoado, esporadicamente. Gente agradecida, sempre com um obrigado na boca: “eskerrik asko.

Finalmente, a surpresa das surpresas, o inglês vinha entoado dos antigos emigrados na América do Norte que tinham regressado à santa terrinha durante a Grande Depressão: o Silva, o Samarra, o Tiago, o Manuel Ferreira, o Johnny Fire... e, na impossibilidade de nomeá-los a todos, o Boss, este residindo no Cambedo, juntava-se a eles para conversar com quem tinha afinidades: gente com palavra, honesta, séria no trabalho, generosa... uns gentlemen.

E não era só no Cruzeiro onde eles se juntavam. O Barreiro, a Santa Catarina, o Campo de Futebol de Lamares eram igualmente lugares frequentados para tratarem dos negócios.

Era pelo caminho polvorento da Facha que a juventude bustelense aproveitava uma ida às águas minero medicinais, não para beber, mas para aprender a namorar, que a potra estava ainda por chegar e não sabiam mesmo se algum dia chegaria. O melhor era mesmo ir aliciando o padroeiro com umas esmolas do contrabando, o milagroso São Tiago, que virasse casamenteiro, que esta é a escolha mais específica que um homem tem que fazer na sua vida, à qual não pode falhar. “Pode e deve-se aventurar em tudo durante o seu percurso existencial, menos naquela com quem se vai partilhar uma vida inteira”.

O Cruzeiro

Por não estar tão bem guardada como a Aduana de Fezes e Vila Verde e por a franja da Raia ser tão extensa como difícil de patrulhar, aqui tudo se contrabandeava numa atmosfera de esperança. Havia até uma historieta romântica contada pelos de Bustelo antes de virem para cá:

  Ali, quando uma criança nasce, seja ela rapaz ou rapariga, já vem com o fardo às costas. E se não o trouxer... pois, mandam-na de volta à barriga da mãe porque se terá esquecido dele.

O contrabando tinha-se transformado parte consubstancial do sangue dos seus habitantes.

O Cruzeiro era, então, a joia da aldeia, onde a vida girava, La Plaza Mayor, como diziam os espanhóis, que atenuava o que era português com rasgos de Espanha, a encruzilhada de cinco caminhos, um número mágico, mas que não deixava de ser um paradoxo pela sua pequena dimensão e pelo seu formato. Era a base de recrutamento dos estrategas do trelo.

Ladeado por tabernas, tinha o condão de reunir as pessoas. Aqui passava a povoação inteira. Conversava -se, contavam-se histórias, bebia-se, debicavam-se febras de presunto e uns tremoços, enquanto um realejo tocava na porta da Tulha as modinhas chegadas de fresco. À espera de uma chamada dos capatazes, o grupo Os Águias, sentados nas escadas da Igreja, desafiavam para uma cantarola um dos grupos rivais, no lado oposto, sentados nas escadas da Ricardina, mas, quando se ouvia a voz de prata do Manco acompanhado pelo realejo, todos se calavam:

Se a boca diz que não

 e a alma diz sim

 não sabe coração...

A população da aldeia vinha diminuindo desde a passagem da centúria. Ainda assim, com quase mil habitantes, o Cruzeiro enchia-se no crepúsculo à mesma velocidade que se esvaziava. Era impressionante ver cada um sair por seu canto, escolhido para o frete por uma das várias companhias do novo El Dorado, enquanto os últimos raios de luz se despediam lentamente dos telhados.

Era aí o ponto de encontro não só dos residentes como também dos forasteiros, que, no anoitecer, apareciam jovens de todos os lados à procura de serem escolhidos como extras, quando a mercadoria sobrava, para a árdua função de carregadores, entre 30 e 50 quilos às costas, consoante a distância do percurso, não muito bem renumerados, ao contrário dos profissionais, uma cultura à parte, iam ainda assim vivendo ao nível da classe média do povoado.

 – Escolham-me a mim, escolham-me a mim, que eu sou tão forte como um touro e mais rápido que o rabo de uma cobra! – gritavam alto e bom som os candidatos, tentando convencer os capatazes.

O cabecilha escolhia, de uma esplêndida rede de contrabandistas, os homens mais ágeis e fortes, que o Contrabando Titular não era para todos, era uma tarefa perigosa, difícil, e aqui lutava-se por controlar as melhores mercadorias.

– Aqueles, os empregadores, sim, fazem bom dinheiro – ouvia-se com frequência, em tom de queixa, da boca dos transportadores.

 Os sinais exteriores de riqueza eram evidenciados, elegantemente. O bom gosto das suas casas e os automóveis que conduziam bastavam para os realçar, pois se havia um traço comum entre os vilarraienses era ninguém gostar de aparentar pobre, vestiam o melhor que podiam – uma questão de autoestima – quando eles, pela sua coragem, pela sua determinação, pelos valores solidários que os humanizavam, mas que teimavam em esconder, eram muito mais ricos que aquilo que queriam aparentar. Ainda assim, havia um complexo de inferioridade em relação aos espanhóis, não em relação aos galegos, a quem consideravam irmãos de sangue, e, por conseguinte, teriam necessariamente que ter os mesmos defeitos e virtudes.

O Contrabando Titular

Desde tempos imemoriais, o contrabando tradicional, de subsistência, vinha vingando na aldeia, mas a atividade atingia agora o auge da sua organização, com procedimentos rígidos, por causa de La Guerra Civil e muito por culpa da mentalidade empresarial dos profissionais, uma das muitas inovações do povoado. Tinham inventado uma nova forma de passar contrabando, com quadrilhas organizadas, elevando-o ao seu mais alto nível, que a concorrência era muita e não se podia mais trabalhar de forma desorganizada ... ao Deus dará. Aliás, La Brigadilla, ainda que de forma embrionária, começava a estar cada vez mais presente. Era preciso montar uma estrutura eficiente, sólida, compacta, com poder e ambição.

Alguns dos donos da mercadoria chegavam de fora, fazendo concorrência aos residentes, nem sempre de forma pacífica, a não ser que entrassem na mística da aldeia – isto trocava logo tudo, deixavam de considerar-se intrusos – e esta integração legitimava-os inconfundivelmente como sendo vilarraienses, fazendo, a partir daí, parte do património, profundamente.

Esta nova organização do Contrabando Titular tinha mesmo o condão de restruturar hierarquicamente o povoado. A elite era agora constituída pelos donos da mercadoria: o Paula, o Moura, os Fredericos ... seguidos pela classe média alta de agricultores mais abastados, o Ruivo, o Zé Dias, o Amorim, o Sousa, o Sapa e, entre outros, o Silva, mas reprimidos por um sistema rural arcaico e asfixiante, opção conservadora do Estado Novo, bloqueadora do desenvolvimento, a que não estaria alheia a Grande Depressão e o conflito mundial que se avizinhava.

O Silva pertencia, na realidade, a uma das famílias mais afluentes da aldeia, fazendo, portanto, parte da elite, que, para além dos caseiros em Lamagorda, Vilarelho, tinha outros em explorações de batata por Barroso.

 Os simples jornaleiros ou jeireiros, como aqui lhes chamavam, ocupavam o lugar mais modesto da pirâmide social. Os passadores de Contrabando Titular e os comerciantes eram a classe média, juntamente com os agricultores com posses medianas. O padre, o casal de professores (Silvestre e Marquinhas), o cabo da guarda-fiscal e o Cantista, principalmente este, político profissional, eram o topo da pirâmide, juntamente com os donos da mercadoria.

A aldeia, por sua vez, estava organizada em três grandes bairros: Cimo de Vila, Meio do Povo e Campo.

A Famigerada Estrada do Cambedo

Manuel Cantista, nome de relevo na aldeia de São Tiago, viria a chegar a Presidente da Câmara de Chaves, que governou com eficiência durante cinco anos, mas, mal deixou o cargo, logo a aldeia se ressentiu, a começar pela construção da famigerada estrada do Cambedo, planeada durante o seu mandato.

O seu sucessor delegou o assunto nos seus assessores, que chegaram, viram e alteraram o trajeto, desagradando aos vilarraienses, principalmente ao Ruivo. Tinha sido a pedido deste que o antigo Presidente da Autarquia trouxera o Ministro das Obras Públicas, Ribeiro Ulrich, a Vilarelho, na sua passagem por Chaves, e o trajeto da estrada teria então aí ficado delineado. No plano, a estrada passaria pelos Moinhos do Chão da Guerra, cruzaria aí o pequeno pontão, abrindo ao desenvolvimento os campos de Calvelos e dos Pardieiros para os agricultores de Vilarelho e do Cambedo, gente que louvava a preservação da natureza e a lavoura, mas que pugnava, ao mesmo tempo, pelo desenvolvimento dos territórios férteis, que não o podiam ser por terem apenas como acesso uns caminhos de cabras. 

Insurgiram-se logo os assessores e os seus discípulos:

– A estrada assim fica mais longa! – alegando interesse nacional.

Tese logo refutada sem grande esforço. Eram apenas mais 250 metros, pouco mais de dois campos de futebol, sem haver necessidade de subir e baixar a montanha da Alvorinha, nem a construção de uma ponte, nem desperdiçar dinheiro para atuírem o caminho, para mais com pedras milenares das cabanas célticas do Castro de Vamba, entre o monte e a última povoação da freguesia. Mas os assessores da Câmara não pensavam assim. “Porquê iriam dar eles trunfos à concorrência?”

Donos também eles de lagares de azeite e moagens de milho e centeio, convinha antes que os Moinhos do Chão da Guerra, famosos dos livros, dos pergaminhos históricos e das batalhas de sangue, glosados pela sabedoria popular desde o épico de São Tiago até às Invasões Francesas, às lutas liberais e ao bucólico do lugar, de valor industrial, ligados à economia local, ficassem mais distantes e esquecidos com aquele acesso precário.

Como não se conseguisse comprovar que a alternativa era menos onerosa que a primeira, na fase decisiva do projeto apresentaram uma outra que era uma provocação, não levada a sério por alguns, que não o proprietário, o qual a considerou, mais do que uma vingança, uma ameaça. O novo projeto propunha que a estrada virasse à esquerda, nos Moinhos, seguindo o trilho da margem direita da levada, que movia as moagens, pelos terrenos do Ruivo, dividindo a herdade ao meio, em direção ao poente. A emenda era pior que o soneto! O proprietário denunciou o projeto como um aproveitamento da situação, um conflito de interesses, para estragar o sítio resguardado.

O presidente sabia de antemão que o novo projeto não iria ser tolerado.

Os camarários recuaram para a reconstrução do caminho velho. A atual estrada do Cambedo foi assim reconstruída em cima do caminho antigo, entre montes sem cultivo, apenas encurtada com uma dentada nos terrenos do Ruivo, na parte sul da Alvorinha, que só veio a piorar a situação, originando um mal-estar no visado, o qual não deixou de manifestar a sua indignação.

No clamor dos silêncios, os Moinhos do Chão da Guerra, respirando tranquilidade entre a solidão verde e sonora, continuariam a ter um acesso de cabras, para atolar carros dos bois e carroças dos cavalos na altura da colheita da azeitona e da moagem dos grãos, condenados a símbolos perpétuos da nostalgia, entre a perfeição da natureza, embalada pelo canto dos pássaros e os uivos de lobos trazidos pelo vento. Tinham sido o lugar escolhido pelos foragidos de Franco, aqueles que desafiaram a morte, como um milagroso santuário, e continuariam a ficar longínquos, como um acampamento ermo no meio do nada, entre o pôr-do-sol, as sombras da floresta e os arvoredos perdidos, a esconder contrabando, na salubridade dos céus. Tinham agora que habituar-se às multas cirúrgicas das represálias e às cabalas que apareciam subtilmente.

(em desenvolvimento)

O Nueiba, março de 2015

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