Alexandre Herculano de Carvalho e Araújo (1810-1877) nasceu em Lisboa. Devido ao seu envolvimento na «Revolta do 4 de Infantaria», é obrigado a emigrar para Inglaterra. Lê Walter Scott. Inicia a sua colaboração no Repositório Literário. Integra-se no exército liberal de D. Pedro IV, desembarca no Mindelo e participa no cerco do Porto. Ajuda a organizar a Biblioteca Pública do Porto. Em 1839 é nomeado director das bibliotecas reais das Necessidades e da Ajuda. Entretanto vai publicando algumas obras: A Harpa do Crente (1837), Lendas e Narrativas (2 volumes, 1839-1844), Eurico, o Presbítero (1844), o primeiro volume da História de Portugal (1846), O Monge de Cister (1848), etc. As suas obras são de cunho romântico e vão desde a poesia ao drama e ao romance. Foi, além de um dos mais importantes escritores portugueses do século XIX, o renovador do estudo da história de Portugal.
CRONOLOGIA DE ALEXANDRE HERCULANO
1810 Nasce em Lisboa, no seio de uma família modesta, que não pode facultar-lhe estudos universitários.
1831 Adverso ao absolutismo miguelista, é obrigado a exilar-se em Inglaterra.
1832 Regressa a Portugal na expedição liberal de D. Pedro, desembarcando no Mindelo. Trabalha na Biblioteca Pública do Porto, como segundo bibliotecário.
1836 Publica A Voz do Profeta (prosa poética).
1837 Publica A Harpa do Crente (poesia). Sai o primeiro número da revista O Panoroma. Aí vai publicando as Lendas e Narrativas, só reunidas em volume em 1851.
1838 Estreia-se no teatro com O Fronteiro de África.
1839 É nomeado director das bibliotecas reais das Necessidades e da Ajuda.
1830 É eleito deputado cartista, mas logo se desilude com a actividade parlamentar.
1841- Publica alguns capítulos de O Monge de Cister na revista O Panorama.
1842 Escreve o drama lírico em um acto Os Infantes em Ceuta.
1843 Publica na Revista Universal Lisbonense «Cartas sobre a História de Portugal». Inicia a publicação do romance histórico O Bobo na revista O Panorama.
1844 Publica Eurico, o Presbítero e O Pároco da Aldeia.
1846 Publica o primeiro volume da História de Portugal (seguem-se-lhe mais três até 1853).
1848 Publica O Monge de Cister, romance que constitui, com Eurico, o Presbítero, um díptico, que o autor intitulou Monasticon.
1850 Interrompe a História de Portugal para se ocupar de uma obra relacionada com a política de intolerância religiosa, História da Origem e Estabelecimento da Inquisição em Portugal.
1853 Inicia a recolha dos Portugaliae Monumenta Historica. Funda o Partido Progressista Histórico.
1857 Manifesta discordância relativamente à Concordata de Roma, que restringia os direitos do padroado português na Índia.
1858 Recusa a regência de uma cadeira de História do Curso Superior de Letras, oferecida por D. Pedro V.
1859 Adquire a quinta de Vale de Lobos, perto de Santarém, onde, embora retirado, continua a receber correspondência e muitas personalidades ligadas à cultura e ao poder.
1860 Participa na redacção do primeiro Código Civil português.
1865 Publica Estudos sobre o Casamento Civil, logo posto no índex romano
1866 Casa com uma senhora de quem se enamorara na juventude.
1871- Escreve uma carta sobre o encerramento das Conferências do Casino.
1872 Inicia a publicação de Opúsculos.
1877 Morre rodeado de enorme prestígio, traduzido numa manifestação nacional de luto organizada por João de Deus.