Depois de vários séculos de amadurecimento,
a Língua Portuguesa de finais do século XV prefigura aquilo que será nos
séculos seguintes. A produção literária da época, quer pela
tradução de textos latinos e castelhanos, quer pela criação de obras originais,
contribuiu para a maturidade da língua, permitindo o alargamento do léxico e o
desenvolvimento da construção sintáctica com repercussões na capacidade de
expressão.
A imprensa, que entrou em Portugal no
reinado de D. João II, teve um papel fundamental na divulgação de textos e no
desenvolvimento e maturidade da Língua Portuguesa escrita.
A Língua Portuguesa deste período apresenta
alguma estabilidade linguística, sobretudo no âmbito morfológico e sintáctico,
face à instabilidade dos séculos anteriores. A instabilidade gráfica mantém-se,
como facilmente se depreende pela profusão de formas de uma mesma palavra só
para a palavra pendença (o mesmo que penitência), o dicionário
registará, pelo menos, 32 formas diferentes. A estabilidade morfológica e
sintáctica permitirá que no século seguinte sejam criadas obras como Os
Lusíadas de Camões e A Peregrinação de Fernão Mendes Pinto, para só
referir duas das mais conhecidas.
O Dicionário dos Primeiros Livros
Impressos em Língua Portuguesa é um projecto em elaboração e os dados que
aqui se apresentam não são definitivos. Logo que esteja completo e
cientificamente revisto, o dicionário será publicado em livro.