Projecto Vercial

Camilo Castelo Branco


Camilo Castelo Branco

Camilo Castelo Branco nasce na Encarnação, Lisboa, no dia 16 de março de 1825, e faleceu no dia 1 de Junho de 1890 em São Miguel de Seide, Vila Nova de Famalicão. Era filho ilegítimo de Manuel Joaquim Botelho e Jacinta Maria. Passou a infância em Vila Real (Trás-os-Montes), depois da morte dos pais. Frequentou a sociedade portuense, dedicando-se ao jornalismo, e teve uma vida romanticamente agitada, desde vários casos amorosos e prisão. Sentindo-se cego, suicida-se com um tiro na cabeça na casa de São Miguel de Seide. Notabilizou-se com várias novelas, uma delas Amor de Perdição, adaptada diversas vezes ao cinema. É um dos maiores escritores portugueses do século XIX e o mais prolífico. Quase toda a sua obra ficcional se insere na corrente romântica, tendo feito algumas experiências que partilham certas características com a estética realista e naturalista, como Eusébio Macário (1879), A Corja (1880) e A Brasileira de Prazins (novela, 1883).

Principais obras: Os Pundonores Desagravados (poema satírico, 1845); O Juízo Final e O Sonho do Inferno (poema satírico, 1845); Agostinho de Ceuta (teatro, 1847); A Murraça (sátira, 1848); Maria, não me mates, que sou tua mãe (novela, 1848); O Marquês de Torres Novas (teatro, 1849); O Caleche (sátira, 1849); O Clero e o sr. Alexandre Herculano (polémica, 1850); Inspirações (poesia lírica, 1851); Anátema (novela, 1851); A Filha do Arcediago (novela, 1854); Mistérios de Lisboa (3 vols., novela, 1854); Livro Negro de Padre Dinis (2 vols., novela, 1855); Cenas Contemporâneas (1855); A Filha do Arcediago (novela, 1855); A Neta do Arcediago (novela, 1856); Onde está a felicidade? (novela, 1856); A Neta do Arcediago (1856); Um Homem de Brios (novela, 1857); Lágrimas Abençoadas (novela, 1857); Cenas da Foz (contos, 1857); Carlota Ângela (novela, 1858); O Que fazem Mulheres (novela, 1858); Vingança (novela, 1858); Doze Casamentos Felizes (contos, 1861); O Romance de um Homem Rico (novela, 1861); Amor de Perdição (novela, 1862); Memórias do Cárcere (2 vols., 1862); As Três Irmãs (1862); Coração, Cabeça e Estômago (novela, 1862); Coisas Espantosas (1862); Estrelas Funestas (novela, 1862); Aventuras de Basílio Fernandes Enxertado (novela, 1863); O Bem e o Mal (novela, 1863); Anos de Prosa (1863); Estrelas Propícias (novela, 1863); Memórias de Guilherme do Amaral (novela, 1863); Agulha em Palheiro (novela, 1863); Amor de Salvação (novela, 1864); A Filha do Doutor Negro (novela, 1864); Vinte Horas de Liteira (contos, 1864); O Esqueleto (novela, 1865); A Sereia (novela, 1865); A Enjeitada (novela, 1866); O Santo da Montanha (1866); A Queda dum Anjo (novela, 1866); O Judeu (2 vols. Novela histórica, 1866); O Olho de Vidro (novela histórica, 1866); A Bruxa de Monte Córdova (novela, 1867); A Doida do Candal (novela, 1867); O Retrato de Ricardina (novela, 1868); Mistérios de Fafe (novela, 1868); Os Brilhantes do Brasileiro (novela, 1869); A Mulher Fatal (novela, 1870); Livro de Consolação (1872); A Infanta Capelista (novela, 1872; alterada por pressões políticas para O Carrasco de Victor Hugo José Alves, publicada no mesmo ano); O Regicida (novela histórica, 1874); A Filha do Regicida (novela histórica, 1875); A Caveira do Mártir (novela histórica, 1875); Novelas do Minho (1875-1877); Eusébio Macário (novela, 1879); A Corja (novela, 1880); A Brasileira de Prazins (novela, 1883); etc.

Outras páginas sobre o autor:

  • Maria Moisés de Camilo Castelo Branco: Enredos do Coração
  • O humor (ou a ausência de) no Camilo polémico
  • A morte como transcendência em Amor de Perdição de Camilo Castelo Branco
  • Boletim da Casa de Camilo, IV Série, n.º1 (1999)

  • Obras disponíveis em formato electrónico:

  • A Brasileira de Prazins
  • A Caveira da Mártir
  • A Corja
  • A Doida do Candal
  • A Filha do Arcediago
  • A Filha do Doutor Negro
  • A Filha do Regicida
  • A Freira no Subterrâneo
  • A Mulher Fatal
  • A Murraça
  • A Neta do Arcediago
  • A Queda dum Anjo
  • A Sereia
  • Amor de Perdição
  • Amor de Salvação
  • Amores do Diabo
  • Anátema
  • As Três Irmãs
  • Aventuras de Basílio Fernandes Enxertado
  • Cancioneiro Alegre - I
  • Cancioneiro Alegre - II
  • Carlota Ângela
  • Cenas da Foz
  • Coisas Espantosas
  • Correspondência Epistolar - I
  • Correspondência Epistolar - II
  • Coração, Cabeça e Estômago
  • Coisas Leves e Pesadas
  • Curso de Literatura Portuguesa
  • Delitos da Mocidade
  • Doze Casamentos Felizes
  • Duas Horas de Leitura
  • Esboços de Apreciações Literárias
  • Estrelas Funestas
  • Eusébio Macário
  • Horas de Paz - I
  • Horas de Paz - II
  • Inspirações
  • José Bálsamo
  • Lágrimas Abençoadas
  • Livro de Consolação
  • Livro Negro de Padre Dinis - I
  • Livro Negro de Padre Dinis - II
  • Maria! Não me Mates que sou tua Mãe
  • Maria da Fonte
  • Memórias de Guilherme do Amaral
  • Memórias do Cárcere - I
  • Memórias do Cárcere - II
  • Mistérios de Fafe
  • Mistérios de Lisboa - I
  • Mistérios de Lisboa - II
  • Mistérios de Lisboa - III
  • No Bom Jesus do Monte
  • Noites de Lamego
  • Novelas do Minho - I
  • Novelas do Minho - II
  • O Bem e o Mal
  • O Carrasco de Vítor Hugo José Alves
  • O Demónio do Ouro - I
  • O Demónio do Ouro - II
  • O Esqueleto
  • O Judeu - I
  • O Judeu - II
  • O Olho de Vidro
  • O Que Fazem Mulheres
  • O Regicida
  • O Retrato de Ricardina
  • O Romance dum Homem Rico
  • O Sangue
  • O Santo da Montanha
  • O Senhor do Paço de Ninães
  • O Vinho do Porto
  • Onde Esta a Felicidade?
  • Os Bilhantes do Brasileiro
  • Perfil do Marquês de Pombal
  • Perfis Biográficos
  • Riquezas do Pobre e Misérias do Rico
  • Serões de São Miguel de Seide
  • Teatro - I
  • Teatro - II
  • Um Livro
  • Vingança
  • Vinte Horas de Liteira
  • Vulcões de Lama




  • CRONOLOGIA DE CAMILO CASTELO BRANCO

    1825 – Camilo Castelo Branco nasce em Lisboa no dia 16 de Março, filho ilegítimo de Manuel Joaquim Botelho e Jacinta Maria. Desta ligação havia já uma outra filha, Carolina.

    1826 – A família de Camilo muda-se em Lisboa para a Rua da Oliveira.

    1827 – Morre a mãe.

    1829 – O pai perfilha Camilo e Carolina.

    1830 – O pai de Camilo é colocado em Vila Real como director dos Correios. A família desloca-se para essa localidade.

    1831 – O pai, no entanto, é demitido e regressam todos a Lisboa. Neste ano nasce Ana Plácido, futura companheira de Camilo.

    1835 – Morre o pai a 22 de Dezembro.

    1836 – Camilo e a irmã partem para Trás-os-Montes. Passam a viver em Vila Real com uma tia paterna.

    1839 – A irmã de Camilo casa com Francisco José de Azevedo e ficam a viver em casa de um irmão deste, o Padre António de Azevedo, em Vilarinho de Samardã. Recebe aí educação religiosa e literária do clérigo.

    1841 – Casa com Joaquina Pereira e passa a viver em Friúme, Ribeira de Pena.

    1842 – Vai estudar com o Padre Manuel da Lixa, em Granja Velha, para preparar o acesso à universidade.

    1843 – Nascimento de Rosa, filha de Camilo e de Joaquina Pereira. Camilo inscreve-se na Academia Politécnica e na Escola Médica do Porto.

    1844 – Frequenta o primeiro ano do curso de Medicina no Porto.

    1845 – Inscreve-se de novo na Escola Médica e perde o ano por faltas. Publica Pundonores Desagravados (poema herói-cómico) e Juízo Final (poema satírico). Nasce Eça de Queirós.

    1846 – Apaixona-se por uma rapariga de Vila Real, Patrícia Emília de Barros. Foge com ela para o Porto e é mandado prender pelo tio da moça. Inicia-se no jornalismo e colabora nos jornais O Nacional e Periódico dos Pobres. Escreve o drama Agostinho de Ceuta.

    1847 – Em Friúme morre Joaquina, a esposa. Camilo escreve alguns artigos em O Nacional contra o governador de Vila Real. Como resposta, é mandado espancar.

    1848 – Fixa-se no Porto, iniciando uma vida de boémia. Causa alguns escândalos de natureza amorosa. Faz parte do grupo «Leões» do café Guichard. Morre a filha Rosa e nasce a filha Bernardina Amélia, esta da sua relação com Patrícia Emília. Publica o folheto Maria não me mates que sou tua mãe!.

    1849 – Faz crítica de teatro e colabora no Jornal do Povo.

    1850 – Vai viver para Lisboa, onde escreve Anátema, o seu primeiro romance. Passa a viver exclusivamente daquilo que escreve. Inicia o namoro com Ana Plácido, noiva de Manuel Pinheiro Alves. Simultaneamente, dá-se de amores com a freira Isabel Cândida Vaz Mourão, do Convento de S. Bento da Avé Maria, no Porto. Resolve nesta altura matricular-se no seminário do Porto.

    1851 – Volta a inscrever-se em Teologia, mas desiste.

    1852 – Funda o jornal religioso O Cristianismo.

    1853 – Funda o jornal religioso A Cruz. Morre a rainha D. Maria II.

    1854 – Publica Os Mistérios de Lisboa. Morre Almeida Garrett.

    1855 – Camilo torna-se redactor do jornal Porto e Carta. Publica Cenas Contemporâneas e O Livro Negro do Padre Dinis. Sobe ao trono D. Pedro V. E nasce o poeta Cesário Verde.

    1856 – Torna-se director literário do jornal A Verdade. Publica o romance Onde Está a Felicidade?

    1857 – Camilo desloca-se para Viana do Castelo devido aos amores com Ana Plácido, agora casada com Manuel Pinheiro Alves, tornando-se redactor do jornal A Aurora do Lima. Ana Plácido parte também para Viana, com a desculpa de acompanhar uma irmã doente. Torna-se pública a sua ligação com Ana Plácido. Camilo publica Duas Horas de Leitura, Cenas da Foz e Lágrimas Abençoadas.

    1858 – Por causa do escândalo a propósito da ligação com Ana Plácido, Camilo sente dificuldades na colaboração nos jornais. Lança em Novembro o jornal O Mundo Elegante. Publica Vingança, Carlota Ângela e O Que Fazem Mulheres.

    1859 – Camilo junta-se com Ana Plácido e parte com ela para Lisboa. Anda de terra em terra, perseguido pelo justiça e com dificuldades económicas. Nasce o filho de ambos Manuel Plácido.

    1860 – Pinheiro Chagas processa a mulher e o amante. Enquanto ela é presa, Camilo anda fugido entre Douro e Minho. No dia 1 de Outubro, Camilo entrega-se na Cadeia da Relação do Porto, onde se encontrava já Ana Plácido. Camilo é visitado na prisão pelo rei D. Pedro V.

    1861 – O rei volta a visitar Camilo na prisão. Os dois amantes são julgados e absolvidos pelo juiz, pai de Eça de Queirós. O julgamento causa grande impacto na opinião pública. Publica Doze Casamentos Felizes e Romance de um Homem Rico, o seu romance preferido. Morre D. Pedro V e nasce Trindade Coelho.

    1862 – Camilo e Ana Plácido vão viver para Lisboa. Camilo publica Amor de Perdição (com um grande êxito editorial), Coração. Cabeça e Estômago, Memórias do Cárcere, entre outros.

    1863 – Nasce em Lisboa o filho Jorge. Morre Manuel Pinheiro Alves e Manuel Plácido, supostamente seu filho, herda a casa de São Miguel de Seide em Famalicão. Camilo publica Aventuras de Basílio Fernandes Enxertado, Noites de Lamego, Agulha em Palheiro e Anos de Prosa.

    1864 – Camilo fixa-se em São Miguel de Seide com Ana Plácido e os filhos, na casa que fora de Manuel Pinheiro Alves. Nasce Nuno, o terceiro filho do casal. Camilo publica Vinte Horas de Liteira, No Bom Jesus do Monte e Amor de Salvação. Questão Coimbrã.

    1865 – A filha de Camilo e de Patrícia Emília, Bernardina Amélia, casa com um capitalista idoso. Camilo publica O Esqueleto, A Sereia e a peça O Morgado de Fafe Amoroso.

    1866 – Camilo recebe Castilho em São Miguel de Seide. Publica A Queda dum Anjo, Enjeitada, O Judeu e O Santo da Montanha.

    1867 – Publica A Bruxa do Monte Córdova, A Doida do Candal e O Senhor do Paço de Ninães. Nascem António Nobre, Camilo Pessanha e Raul Brandão.

    1868 – Camilo vai viver para o Porto e dirige a Gazeta Literária do Porto. Publica Mistérios de Fafe, O Sangue e O Retrato de Ricardina.

    1869 – Camilo vive em Lisboa com algumas estadas em Seide. Publica Os Brilhantes do Brasileiro.

    1870 – Camilo escreve ao bispo de Viseu, na altura primeiro-ministro, a pedir o título de visconde; é-lhe negado por não estar casado com Ana Plácido. Escreve a peça O Condenado e publica A Mulher Fatal.

    1871 – A peça O Condenado é representada no Porto. Conferências do Casino. Morre Júlio Dinis.

    1872 – Camilo recebe o imperador do Brasil D. Pedro II na sua casa de São Lázaro no Porto. Manda queimar o romance A Infanta Capelista e publica Quatro Horas Inocentes.

    1873 – Camilo viaja entre Braga, Porto, Póvoa de Varzim e Lisboa.

    1874 – Publica Correspondência Epistolar entre José Cardoso Vieira de Castro e Camilo Castelo Branco.

    1875 – A pretexto da educação dos filhos, Camilo muda-se para Coimbra com toda a família. Publica Novelas do Minho, (primeira parte), Noites de Insónia e A Caveira do Mártir.

    1876 – Publica o Curso de Literatura Portuguesa. Fundação do Partido Republicano.

    1877 – Manuel Plácido, filho de Camilo e de Ana Plácido, morre com 19 anos. Lisboa e Porto ficam unidas pelo caminho de ferro. Morre Alexandre Herculano.

    1878 – Acentuam-se os problemas de visão de Camilo. O escritor fica ferido num acidente de comboio entre São Romão e Ermesinde.

    1879 – Publica Eusébio Macário, sua primeira experiência naturalista, e o Cancioneiro Alegre.

    1880 – Publica A Corja, A Senhora Rattazzi e Ecos Humorísticos do Minho.

    1881 – Camilo intervém no rapto de uma jovem órfã para a casar com o filho Nuno.

    1882 – Agravam-se as dificuldades de visão de Camilo. Expulsa de casa o filho Nuno. Publica A Brasileira de Prazins e o Perfil do Marquês de Pombal.

    1883 – Leiloa a sua biblioteca em Lisboa. Polémica com Avelino Calisto na Questão da Sebenta. Fisicamente ameaçado, terá comprado a arma com que se suicida sete anos mais tarde.

    1885 – É-lhe atribuído pelo rei no dia 27 de Junho o título de Visconde de Correia Botelho. Morre o rei D. Fernando II e sobe ao trono D. Luís I. Guerra Junqueiro publica A Velhice do Padre Eterno. Camilo começa a publicar os Serões de S. Miguel de Seide.

    1886 – Publica Vulcões de Lama, o seu último romance, e Boémia do Espírito.

    1887 – Camilo desloca-se a Lisboa para consultas médicas.

    1888 – Casamento de Camilo com Ana Plácido. Publica o livro de poemas Nostalgias. Nasce em Lisboa Fernando Pessoa.

    1889 – Homenagem em Lisboa de um importante grupo de intelectuais, numa iniciativa de João de Deus. É novamente visitado por D. Pedro II, ex-imperador do Brasil. É publicada uma recolha dos seus primeiros escritos: Delitos da Mocidade.

    1890 – Sentindo-se cego, suicida-se com um tiro na cabeça no dia 1 de Junho, na casa de São Miguel de Seide.



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